O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Só sei que nada sei!....


Porra! É de ficar com os olhos em bico!...
Cá para mim há, em tudo isto, um complexo edipiano! Sócrates, o filósofo grego, era filho de uma parteira. Sócrates, o gajo da foto, anda excitado com a história do aborto e, agora, diz-se até, com o fim ou marginalização do ensino da Filosofia!

Dois dos sectores sociais mais importantes deste País — Saúde e Educação — navegam ao sabor da corrente, sem rumo, sem estratégia e, pior ainda, entre a promessa surrealista e incomportável ao disparate pegado!
Colocar os centros de Saúde, mesmo que pontualmente, a funcionar até mais tarde, é uma medida agradável se realmente fosse viável. Abertos eles podem estar, quer dizer, de luzes acesas e segurança à porta, o que não significa que tenham pessoal médico e auxiliar para a prestação dos respectivos serviços.
Quando se fecham hospitais e se ameaça com a extinção de valências médicas em centros, quando não o próprio centro, quando há hospitais que se debatem com falta de macas, quando o INEM é reduzido aos serviços mínimos, esta medida não passa de uma pura demagogia para encantar papalvos, tal como a promessa das instituições públicas estarem preparadas para executar abortos se a lei for alterada. Ou seja, não há meios para atendimento de grávidas, de idosos, de acidentados em perigo e a necessitar de transporte urgente, de crianças em risco, e há para se criarem serviços orientados para o aborto? Segundo o Ministro, 10 Milhões de euros? Quando? Onde? À custa de quê, sr. Magoo?
No campo da Educação, o panorama não é melhor. Para além da destruição do sistema de saúde, este Governo afadiga-se em criar a mais completa desestabilização no Ensino, sucedendo-se nas mais disparatadas medidas envolvidas em promessas populistas, como o ensino do inglês desde a primária ou as tão faladas aulas de substituição que, na prática, não acontecem.
Agora fala-se em acabar ou marginalizar o ensino de Filosofia no secundário, pois isto de pôr os meninos a pensar e a discutir pouco interessa num país que se promove na China com a bandeira dos baixos-salários. Diz-se igualmente que o Ministério pretende obrigar os professores a cumprirem oito horas diárias de aulas, presumindo-se que a senhora ministra, neste momento, até já esteja a apreciar propostas de empresas exteriores às escolas para a execução de serviços como a formulação e correcção de provas, reuniões de turma, de agrupamento e de pais, elaboração de pautas, preparação de aulas, etc, etc...
A menos que espere que, a exemplo do que o seu colega do governo pretende com o pessoal médico, os professores e restante estejam dispostos a alargar o seu horário de trabalho; o que até faz sentido perante o disparate do camarada Pinho da Economia: as escolas a guardarem a prole enquanto os paizinhos são explorados pelo «FlexiSegurança» para assegurarem os «baixos salários» e os hospitais abertos para garantirem, não apenas que o pessoal pode no dia seguinte voltar à escravidão dos novos tempos à custa de milagrosas pílulas revigorantes, como fazer abortos fora de horas, para não interferir nas actividades laborais...
É isto o progresso? É isto o caminho para um Portugal desenvolvido e moderno? É que, se é, Charles Chaplin, no princípio do século passado, foi um visionário ao fazer «Tempos Modernos»!

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