O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Uau! Será que vem aí o Superman? Será um pássaro? Será um avião? Não! É...

Paulo Portas anuncia para amanhã, à hora da abertura dos telejornais, uma declaração ao País.
Oiço dizer que será sobre o seu regresso à Política; engraçado não sabia que tinha deixado de ser deputado... Política activa! Hã, se é activa deixa então de ser deputado? Não! Quer voltar a liderar o CDS? Ainda existe? Sim... mais PP...
Bolas. Que confusão, não?
Mas... será isso motivo para abertura dos telejornais? Contemplará alguma medida importante para o País, benéfica para os portugueses?
Aposto que sim! Afinal, terá honras de abertura...
Francamente, é um dilema; penso que a maioria dos portugueses ainda não percebeu muito bem, ou sequer chegou a alguma conclusão, sobre o governo actual. É bom? É mau? É assim-assim, uma-no-cravo-outra-na-ferradura, com uma mão dá-nos uma tolerância de ponto com a outra tira-nos uma urgência ou aumenta os impostos?
Ora o que falta afinal? Uma oposição a sério! Credível. Com estatura (não, não é piada; ou se calhar é...) Verdade! Neste país, o pior já não é só ter um governo que ainda não se percebeu exactamente o que quer e se tem capacidades para evitar que um destes dias não nos reste alternativa senão atirarmo-nos ao mar.
O pior é não ter alternativa!!!!!!!!!!!!!!!
Temo que Portas se tenha entusiasmado a defender D. João II. Temo que Portas se considere D. Sebastião. E, principalmente, temo que afinal não nos reste mais ninguém senão Portas para liderar uma Oposição ao governo do sr. Sócrates!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Pensamento profundo!...

Às vezes, ao escrever sobre carros, ocorrem-me pensamentos com alguma profundidade.

Por exemplo: Pela quantidade de táxis que por aí há, Mercedes é provavelmente o carro em que mais portugueses já andaram...
Depois, ainda dizem que somos pobrezinhos!

Banco, «episódio-várias-centenas-de-casos-depois»...

Pois não é que o banco que adoptou como cor uma que me faz lembrar os mantos de algumas figuras sinistras da Igreja, pretende ter um ar de muito moderno e avançado?
Aliás, quando o grupo surgiu, se bem me recordo, era tão moderno e avançado que até preteria mulheres entre os seus quadros, algo que «cheira» desde logo a muitos sectores eclesiásticos mais tradicionais.
Mas enfim...
De tão moderno e avançado, o banco de cor... carmim???... possui um sistema online onde pudemos consultar coisas habituais como saldos, movimentos, fazer pagamentos, etc, etc...
No meu caso também lá tenho algo que achei deveras prático: um «envelope fiscal» com um conjunto de 2.ªs vias de documentos que necessito para a declaração de IRS.
Mas que bem, pensei!...
Contudo, com grande surpresa minha, descobri que o motivo porque ainda não recebera uma das declarações respeitantes ao seguro de vida, se devia ao facto de nesta ainda constar uma antiga morada.
Estranhamente, a outra (são dois os empréstimos...) estava correcta e mais estranhamente ainda, no ano passado já apresentara as duas!
Mas, para que servem os avanços tecnológicos se não os utilizamos? Foi o que fiz; botão do rato em «Banco Mail» e toca a enviar a seguinte mensagem: « Agradeço o acerto de moradas no que se refere às declarações dos seguros para efeitos de IRS. A correcta e actual é a que consta como...».
Estávamos no dia 2 (dois!) de Fevereiro.
Pelo sim, pelo não, enviei também outra, do meu email pessoal para o email profissional do meu gerente de conta.
No dia 16 (dezasseis, dez dias úteis depois!), recebo, na caixa postal do Banco na Internet, resposta de um qualquer serviço da instituição bancária: «... Reportamo-nos ao seu contacto de 06 (seis!, talvez para não parecer tão mal a demora...) de Fevereiro, que mereceu a nossa melhor atenção... Relativamente ao exposto, vimos pela presente informar que, de acordo com a informação disponível na Seguradora, a morada já se encontra alterada...»
Que dia é hoje? Hã, 26 de Fevereiro! É que, no tal envelopezinho catita, a morada ainda continua incorrecta, em casa não recebi nada e, por acaso, num contacto telefónico que fiz com o meu gerente de conta, recebi como explicação para a ausência de uma resposta sua... «porque não percebera o e-mail que lhe enviara»!
E viva o progresso, pois então! Que ele esteja convosco...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Banco, episódio qualquer coisa...

São tantos os percalços que eu já tive com o desgraçado deste banco que tive que começar pelo «episódio-número-qualquer-coisa» na vã esperança de que, ao chegar a 1001, descubra que é tudo um pesadelo e afinal o meu nome não consta nas suas listas de vitímas... perdão, clientes!
É preciso ser mesmo ou masoquista ou pobre, como é infelizmente o meu caso, para deixar que nos cobrem quantias que rondam os 9 euros (entre juros de mora, comissões de descoberto e imposto de selo) por ficarmos 1 dia — 1 dia! — com a conta a descoberto na impressionante soma de... 1,71 euros.
E porquê? Porque os senhores resolveram instalar em alguns balcões um sistema em que o Silas da caixa pega no nosso dinheiro — dinheiro, notas, pilim vivo, não cheque, nem vale... —, coloca-o dentro de um saquinho maricas parecido com aqueles que servem para apanhar cócó dos cães e manda-o por uma greta, fazendo com que só entre em conta no dia seguinte...
Bolas! Se o querem fazer, ao menos sejam meiguinhos e façam-no com jeitinho!

Banco, episódio 543


O Banco tem uma linha directa que, supostamente, serve para evitarmos termos que nos deslocar a um balcão.
O que é bom! É muito bom... se funcionasse.
Temos um problema, discamos o número e esperamos que nos atendam.
Há não muito tempo, enquanto esperavamos pelo operador ou aguardavamos que resolvessem o assunto (ou fizessem de conta...), ouviamos o Abrunhosa: «Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui... Eu... estou aqui». Inicialmente cheguei a sentir uma certa solidariedade com o desgraçado; ao fim de algum tempo aquilo já me irritava a pontos de me apetecer... tirar-lhe os óculos, por exemplo!
Agora é a Sara Tavares que nos propõe que deixemos «a janela do sorriso aberta...» Deve ser a gozar não???!!! Depois de dez minutos de seca, «bom feeling» é coisa que certamente já ninguém tem... Aos vinte então...

Banco, episódio 542

Pensar que este é o banco com pretensão de «opar» o «meu» querido BPI que tão bem e simpaticamente funciona, só me deixa ainda mais à beira do desespero!
Ou isso, ou dá-me vontade de rir! É quase certo que a meio do processo alguém há-de perder documentos importantes e irremediavelmente atrasar tudo. Afinal foi isso que aconteceu quando tive que fazer uma escritura; quais certidões da conservatória, quais registos, quais cadernetas...

Banco, episódio 541


Hoje é um daqueles dias em que me sinto bem... mesmo bem!
E porquê? Porque tive a oportunidade de realizar uma fantasia antiga, uma daquelas fantasias que, à partida, imaginamos logo que nos vai dar imenso prazer.
E em que é que consistia essa fantasia? Em ter a oportunidade de insultar livremente quem me atendesse no banco onde desgraçadamente tenho um crédito hipotecário.
E deu prazer? Não, não deu! Pelo contrário; fiquei com uma pilha de nervos desgraçada com a imbecilidade do atendimento, com a incompetência na resolução de um assunto que supostamente estaria já tratado há ano e meio e, infelizmente também, com a vaga sensação de que ainda não é desta que vai ser.
Mas entende-se porque é assim: o pessoal do Banco em questão está habituado a sofrer, a ouvir chamarem-lhes nomes pelas sacanices que vão fazendo aos seus clientes. Desconfio mesmo que todos eles fazem parte daquela organização sinistra que aparece no Código Da Vinci e que, volta e meia, autoflagelam-se quando não pensam suficientes vezes em dinheiro, por exemplo. Imagino-os acreditando que têm como missão chuparem-nos o dinheiro e a paciência como se disso dependesse o destino do Mundo, enquanto coxeiam entre o balcão e a caixa-forte quais Silas deixando pequenas gotas de sangue pelo caminho, e aproveitando as horas vagas para a mortificação corporal...
E porque é que isso me faz sentir bem?
Não faz! É mesmo o desespero que me quer fazer acreditar que sim...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Retalhos...

«Estou grávida!
Sim, estou grávida!
Grávida!
Grávida!
Grávida?!
Grávida!
Repeti para mim mil vezes a palavra grávida. Grá-vi-da. Soletrei-a.
Não conseguia pensar.
Não conseguia reagir.
No fundo já desconfiava, como quase sempre acontece. O atraso, percebo agora até algumas subtis mudanças no meu corpo e no meu humor.
Ainda não disse nada ao Jorge. Ele vai adorar saber. Vivemos juntos há dois anos. Alugámos um pequeno apartamento e temos vindo a mobilá-lo consoante pudemos. O sofá onde agora estou sentada a olhar para o papel que atesta a minha condição de futura mãe, veio de casa da avó.
Mãe. De repente a palavra teve um outro sabor. Mãe! Como se soletra a palavra Mãe?
Será menino? Será menina? Ainda é muito cedo para saber... até podem ser mais do que um!
Os pensamentos atropelam-se na minha cabeça, só o papel parece preso às minhas mãos e os meus olhos presos a ele.
O Jorge ia gostar de saber! Estive hoje no Centro de Saúde. A médica que me atendeu foi muito simpática, mas parecia que já estava um pouco cansada de ouvir sempre a mesma história. Disse-lhe a verdade: que tinha agora arranjado finalmente emprego, que o Jorge não ganhava muito, que a vida não estava para aventuras; se agora resolvesse ter o filho, bem podia esquecer o trabalho. Ela informou-me apenas o que tinha que fazer, onde ir e o que dizer.
Parece que só tenho que pagar 5 euros, o que me deixa mais tranquila. Ainda bem. Puxa, estava aflita! É que no meu emprego há uma senhora mais velha que não consegue engravidar. No outro dia disse que andava a fazer uns tratamentos que não eram comparticipados e que, para os pagar, teve que fazer uma hipoteca ao banco...»

Só sei que nada sei!....


Porra! É de ficar com os olhos em bico!...
Cá para mim há, em tudo isto, um complexo edipiano! Sócrates, o filósofo grego, era filho de uma parteira. Sócrates, o gajo da foto, anda excitado com a história do aborto e, agora, diz-se até, com o fim ou marginalização do ensino da Filosofia!

Dois dos sectores sociais mais importantes deste País — Saúde e Educação — navegam ao sabor da corrente, sem rumo, sem estratégia e, pior ainda, entre a promessa surrealista e incomportável ao disparate pegado!
Colocar os centros de Saúde, mesmo que pontualmente, a funcionar até mais tarde, é uma medida agradável se realmente fosse viável. Abertos eles podem estar, quer dizer, de luzes acesas e segurança à porta, o que não significa que tenham pessoal médico e auxiliar para a prestação dos respectivos serviços.
Quando se fecham hospitais e se ameaça com a extinção de valências médicas em centros, quando não o próprio centro, quando há hospitais que se debatem com falta de macas, quando o INEM é reduzido aos serviços mínimos, esta medida não passa de uma pura demagogia para encantar papalvos, tal como a promessa das instituições públicas estarem preparadas para executar abortos se a lei for alterada. Ou seja, não há meios para atendimento de grávidas, de idosos, de acidentados em perigo e a necessitar de transporte urgente, de crianças em risco, e há para se criarem serviços orientados para o aborto? Segundo o Ministro, 10 Milhões de euros? Quando? Onde? À custa de quê, sr. Magoo?
No campo da Educação, o panorama não é melhor. Para além da destruição do sistema de saúde, este Governo afadiga-se em criar a mais completa desestabilização no Ensino, sucedendo-se nas mais disparatadas medidas envolvidas em promessas populistas, como o ensino do inglês desde a primária ou as tão faladas aulas de substituição que, na prática, não acontecem.
Agora fala-se em acabar ou marginalizar o ensino de Filosofia no secundário, pois isto de pôr os meninos a pensar e a discutir pouco interessa num país que se promove na China com a bandeira dos baixos-salários. Diz-se igualmente que o Ministério pretende obrigar os professores a cumprirem oito horas diárias de aulas, presumindo-se que a senhora ministra, neste momento, até já esteja a apreciar propostas de empresas exteriores às escolas para a execução de serviços como a formulação e correcção de provas, reuniões de turma, de agrupamento e de pais, elaboração de pautas, preparação de aulas, etc, etc...
A menos que espere que, a exemplo do que o seu colega do governo pretende com o pessoal médico, os professores e restante estejam dispostos a alargar o seu horário de trabalho; o que até faz sentido perante o disparate do camarada Pinho da Economia: as escolas a guardarem a prole enquanto os paizinhos são explorados pelo «FlexiSegurança» para assegurarem os «baixos salários» e os hospitais abertos para garantirem, não apenas que o pessoal pode no dia seguinte voltar à escravidão dos novos tempos à custa de milagrosas pílulas revigorantes, como fazer abortos fora de horas, para não interferir nas actividades laborais...
É isto o progresso? É isto o caminho para um Portugal desenvolvido e moderno? É que, se é, Charles Chaplin, no princípio do século passado, foi um visionário ao fazer «Tempos Modernos»!