O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

terça-feira, agosto 22, 2006

E 'tá tudo dito!

Do «Verão Quente» do último post, para já, só os incêndios. Para o resto os indicios permanecem acesos, ainda que o preço do petróleo tenha descido ligeiramente...
'Tá visto que andar de avião tem sido uma chatice nos últimos tempos e quanto ao comboio...
Nada como andar «à pata» que sai mais barato e faz bem à saúde!
Adiante! Fã da revista «Xis» tropecei numa frase da última num belo texto da autoria de Ana Castro: «...tudo é passível de ser aprendido mediante estimulação. Inversamente, o que não se estimula, como é o caso da vivência de emoções e da aprendizagem das relações, acaba por ser bloqueado ou negado...».
Cá vai o recado...

sexta-feira, agosto 04, 2006

Calor!...


Vou para férias! Não serão longas mas certamente bem aproveitadas. Gozadas como se diz... Vou esquecer os dias deste País ou, se calhar, durante alguns momentos, este País a dias! Não sei não... mas «cheira-me» que quando este período acabar, quando (quase) todos voltarem depois de «terem ido a banhos» (epá, tou cheio de lugares comuns...) vamos ter um resto de «Verão Quente»!
Quando o portuga regressar depois de ter contraído mais uns créditos para ter podido ir (com p…) e descobrir que não apenas o preço do petróleo não desceu (e foi tudo atrás… a subir), como os juros estão cada vez mais caros… ai, ai…
Cheira-me a esturro…
Espero que não. Espero que mais nenhum camone se lembre que tem uma fábrica em Portugal bem jeitosa para ser encerrada e nós pagarmos com a incompetência lá na terra deles ou puderem ir explorar os desgraçados dos chinocas que trabalham as 24 horas seguidas a troco de uma malga de arroz.
Enfim… até me apetece escrever à Verão, parece mesmo que já me sinto de férias para falar verdade. E assim sendo... pensamento positivo e toca a fazer figas com os dedos!...

quinta-feira, agosto 03, 2006

As ironias do destino


Há algum tempo que não venho cá, distraído com as férias, a antecipação dos trabalhos que tenho que deixar feitos, perdido com o calor e o sol que chama para a praia e acentua a preguiça. Hoje, por acaso, o dia até nem nasceu prometedor, se calhar a preparar-me a semana que vem e a não deixar-me muitas expectativas...
Enfim...
Entre o que escrevi, conta-se a história do nascimento de um carro que eu gosto muito e, como eu, milhões e milhões de pessoas em todo o Mundo. Um carro idolatrado, amado, desejado, intemporal e genial e, como todos os génios (mesmo sendo carro) com as suas manias...
Falo do VW, o beetle original, o carocha, tão versátil que a partir dele já se construiu todo o tipo de viaturas, sejam eles buggys, jipes, anfíbio, furgões, desportivos, limusinas, eu sei lá... Um daqueles carros em que tanto fica bem o snobe de casaca, como o veraneante de fato de banho... Conhecem outro carro assim?????
A ironia é que este carro foi concebido porque um ditador doente e megalómano (como todos, de resto...) quiseram fazer dele a obra e símbolo de um regime. E encontrou outro génio, este mais pacífico felizmente, que respirava mecânica, um genuíno autodidacta que aprendia fazendo e inventado, deixando um legado que ainda hoje perdura. Esse homem foi Ferdinand Porsche, que como Henry Ford acreditava na produção de carros em massa e, já na altura, na democratização do uso do automóvel.
Mas adiante…
Hitler pediu a Porsche um carro barato e fiável, fácil de construir e de manter. O objectivo era demonstrar a capacidade de uma Alemanha em recuperação económica pós primeira guerra, gerar empregos e proporcionar meio de transporte aos alemães menos abonados, e, naturalmente, fazer era fazer dele objecto de propaganda do regime.
Para Porsche não foi difícil obedecer aos requisitos técnicos exigidos — afinal até já tinha concebido antes protótipos que correspondiam ao desejado —, mais difícil foi conseguir que o modelo fosse vendido pelos tais 1000 marcos que o ditador impunha.
E não tarda estou a contar a história do carro…
(Mas quem quiser pode ver em http://www.cockpitnanet.blogspot.com «FERDINAND PORSCHE: Um homem e o seu sonho»
Só para dizer que este foi um carro nascido em plena preparação para o maior conflito bélico que o mundo assistiu. Ironicamente nenhum alemão a que se destinava, beneficiou dele durante o regime nazi. As poucas versões civis foram destinadas a membros do partido ou oficiais do exército, a paradas do governo. A produção, durante os anos do conflito, foi orientada para viaturas militares, os pequenos anfíbios e jipes que tantas dores de cabeça provocaram às tropas aliadas que combatiam Rommel no norte de África.
O VW nasceu durante a guerra, serviu na guerra e para a guerra e, ironia do destino, acabaria por se transformar num dos símbolos da geração pacifista dos anos 60/70, os hippies. Como Hitler um dia desejou, serviu para o povo, o alemão (ajudando decisivamente o País a recuperar economicamente da 2.ª Grande Guerra e transformar-se na potência que é hoje) e para o povo de todo o mundo, os menos abonados que o compravam em segunda, terceira e não sei quantas mãos, como primeiro carro, como carro de família, como viatura de trabalho, para as corridas, para o lazer. O VW esteve, e continua a estar em todas.
Transformou-se num carro de culto, amado, odiado, desejado, invejado, surpreendente nas suas múltiplas versatilidades. Está presente em todo o mundo, fez todas as rotas, mesmo as mais difíceis e exigentes do ponto de vista mecânico e, durante muitos anos, foi a sua base mecânica que serviu à VW e a muitos outros carroçadores, para construir novos modelos.
Este é o meu modesto contributo ao carro mais construído de sempre. O carro que um dia ainda hei-de ter!