O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

quinta-feira, abril 26, 2007

Fiz hoje de manhã pela primeira vez o novo túnel rodoviário do Marquês. Não sei se por haver menos trânsito devido aos feriados, mas, de facto, estava mais fluído e foi mais rápido chegar à rotunda. Engraçada a quantidade de repórteres de rádio e TV nas saídas; acontece de facto pouca coisa de importante neste país!
De qualquer modo, a saída para a rotunda do Marquês pareceu-me um tanto ou quanto apertada e propensa a acidentes. Pode no entanto ter sido apenas uma primeira impressão...



26 de Abril assinala uma efeméride infeliz e feia na História Mundial e particularmente na de Espanha.
Se, como mais abaixo escrevi, a História alguma coisa ensinasse, outras «Guernicas» não teriam existido desde aí, fosse nos balcãs ou no Médio Oriente.
Não sei se o mais triste é presenciar alguns idiotas preocupados em branquear um bombardeamento cobarde a civis como se ele nunca tivesse existido, se aperceber-me de que tantos outros estão mais interessados em discutir quanto valerá o quadro de Picasso que mais contribuiu para que Guernica não se diluísse discretamente na história do século XX.
Há «dores» que simplesmente não têm preço...

quarta-feira, abril 25, 2007

Tá cara a revolução, pá!



Cavaco Silva, que no ano passado já tinha sido o primeiro presidente, sem cravo vermelho na lapela, a discursar na AR durante as comemorações do 25 de Abril, foi desta vez ainda mais longe ao fazer um dos mais interessantes e pragmáticos discursos a que a praxe obriga nesta data.
Ao lembrar que para os jovens o 25A pouco ou nada diz e mesmo para os que são um pouco mais velhos o assunto não merece a importância que outros lhe querem dar, Cavaco mais não fez do que constatar o que realmente se passa hoje em Portugal.
Aliás, pelo preço a que os cravos estavam este ano, começo mesmo a desconfiar que a intenção de oferecer as flores vermelhas no Largo do Carmo em 74, foi apenas uma jogada antecipada de marketing das floristas!...
Felizmente, há cada vez mais gente, gente jovem, bonita e empreendedora que vive descomplexada e descomprometida com o passado, e neste passado incluo sobretudo a forma derrotista de pensar e agir tão portuguesmente vivida pela «velha guarda».
É tempo de enterrar o fado da saudade e do miserabilismo; de uma vez por todas, em vez do remoer imóvel em torno do que deixámos de fazer, fizemos de mal ou os «outros» não deixaram que fizéssemos, chegou a altura de seguir em frente e, adaptando a frase de J. Kennedy, equacionar o que pode e deve ser feito de bom e de útil, para o bem e para a riqueza individual.
Certamente que se assim fosse, o resultado seria o progresso do colectivo. O contrário é daqui a outros 20, 25 ou 30 anos, os poucos que ainda se lembrarem de continuar a comemorar a data, fazerem-no com uma mais económica papoila silvestre ao peito, já que a inflação e o baixo nível de vida deixou de lhes permitir a compra do cravo!
Assim como assim, creio que, nessa altura, caso ainda se considere feriado, a maioria só se chateará mesmo, caso o dia 25 calhe a um sábado ou a um domingo!
Há coisas que nunca mudarão…




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Tinha prometido a alguém que me é muito especial, escrever algumas palavras em memória ao meu pai que teria feito anos este mês.
Pese embora o risco de com isso se duvidar de que eu também tivesse mãe, foram os recentes acontecimentos políticos nacionais que mais me trouxeram à memória uma frase que dele ouvia quando pretendia encerrar uma das nossas discussões politico-ideológicas ou com que gostava de rematar a leitura do jornal: «A política é uma coisa muito suja, meu filho!».
À distância do tempo, com a calma e a compreensão com que a idade inevitavelmente nos brinda, descubro surpreendido que nunca percebi ao certo qual era o seu quadrante político. Penso mesmo que ele não era de «quadrantes», antes o homem racional mais preocupado com os afectos que eu alguma vez conheci, mas que, infelizmente já tarde de mais, consegui entender.
A frase, que oscilava entre a de cima e a «A Política é a coisa mais porca da Terra…» é pois uma das coisas que dele guardo e, ironia das ironias, que mais vezes me tem vindo à mente nos últimos dias.
Amo-te Pai e perdoa-me por não ter tido a inteligência de já não poder ir a tempo de to dizer, olhos nos olhos como gostavas de falar…




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«Só sei que nada sei». Quem disse isto? Sócrates pois claro! Qual? O «nosso» PM! Quando? A propósito das certidões de habilitações da Independente, das fichas na AR, sobre a isenção de propinas que ele diz ter recibos que comprovam o pagamento, etc, etc…
A menos que… a menos que Sócrates não seja só um! Hã, mas isso explicaria tanta coisa!... Sobretudo a quem, como eu, quase crê na patologia da bipolarização do PM. Sim, porque só por bipolaridade ou pura e rematada hipocrisia é que se defende e se pretende cativar o eleitorado feminino com afirmações sobre a lei da paridade ou do aborto serem a favor da mulher! A ser assim, talvez fosse interessante saber então, porque raio este é, entre os governos mais recentes, aquele em que menos mulheres fazem parte… Será porque no PS não há mulheres com «estatura» (não é piada a Maria de Belém, juro...) para tal? Mas… não há membros do governo «independentes»? Então porque carga de água é que o sr. Sócrates considera que não há mulheres com capacidades para o desempenho de tais missões?
Hum?... Em que é que ficamos? Há paridade ou não?
E depois… Educação e Cultura? Não podia ser mais discreto? Já agora… E se Administração Interna fosse a «lida» da casa, o Costa ia para Ministro de quê?
Exercício 1 da Demagogia.




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Demagogia, infelizmente, não é mal que ataca apenas o PS. Marques Mendes foi desastroso antes da entrevista do PM, após a entrevista e, se calhar, até durante a entrevista!
Por momentos temi que também estivesse imbuído no espírito das revelações bombásticas como as conferências de imprensa da Universidade Independente…
De resto MM é um daqueles típicos casos que concorre e chega mesmo a confundir-se com a sua própria caricatura. Corre até mesmo risco desta conseguir ser tão ou mais credível, e ele, Mendes, torna-se a caricatura de Pentes do «Contra Informação», tal a concorrência nos disparates.
Ponha-se o «Ganda Nóia» na S. Caetano à Lapa e poucos darão pela diferença… e daí, talvez até reparem… mas para melhor!
Exercício 2 da Demagogia.




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Demagogia passou também a ser a palavra de ordem no PP… e de PP, mas a isso acho que já todos nos habituámos. Para mim, o ponto alto nada teve a ver com as eleições directas. Mais ou menos pela mesma altura em que se votava, a Antena 1 transmitia uma entrevista gravada a Portas, conduzida por Flor Pedroso. A terminar deixou ao convidado a escolha da música e a justificação para tal.
Só que, «Ave Maria» de Ennio Morricone soou mais a toque de finados do PP (partido) do que ao cunho de «Missão» que PP (o dito cujo) quis dar ao seu regresso.
Bolas! Quanto mais entrevistas oiço de Helena Sacadura Cabral mais me interrogo como é possível ele ser filho de sua mãe!
Exercício 3 da Demagogia. O triunfo.. ou um réquiem?




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Ou não!...
Há, claro, o Bloco de Esquerda!
Só o exercício da demagogia explica o «peso» que adquiriu nas últimas eleições. Atenção, no entanto… há «pesos» que também acabam por ajudar a afundar mais rápido quando o ambiente se começa a tornar… mais pantanoso! Ou movediço...




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Hesitei mas não resisti, nesta onda de demagogia, a comentar a comicidade perigosa que trouxe aos noticiários a auto proclamada extrema-direita nacional, ou como raio eles pretendem ser tratados.
O perigo que as demagogias populistas acarretam deve ser encarado a sério. Durante anos pensei que o conhecimento da História ajudaria a evitar que se cometessem erros futuros; a própria História encarrega-se de me mostrar o quanto estou errado ao pensar assim. Isso e também o ir vendo a quantidade de palhaços de suástica tatuada que por ai vão pulando de galho em galho…
Mas não só. Irrita-me também o crescente «encolher-de-ombros» nacional perante um cartaz pespegado em pleno centro de Lisboa — justiça seja feita à reacção, com ou sem fins publicitários não importa, dos «Gatos…» — e a aparente sensação de esperada impunidade com que alguns falhos de inteligência dessa área, violavam a lei e a constituição.
Justiça seja feita à acção das autoridades de investigação policial, mas irrita-me profundamente a passividade da maioria dos cidadãos.


É SEMPRE CURIOSO VERIFICAR QUE OS QUE MAIS RECLAMAM E GRITAM PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO QUE A DEMOCRACIA LHES PROPORCIONA, SÃO GERALMENTE QUEM MAIS DESEJA E DEFENDE IDEOLOGIAS QUE RESTRINGEM ESSAS MESMAS LIBERDADES, EM REGIMES AUTORITÁRIOS, POLICIAIS E CASTRADORES DE IDEIAS E PENSAMENTOS OPOSTOS.

terça-feira, abril 10, 2007

A morte é importante por ela ser per se incurável. Quanto aos sustos, medos, percalços, desilusões, tombos, depressões, acidentes ou obstáculos são, para uns, antecipações da inevitabilidade do fim, para outros, simples ou complicadas horas extraordinárias a que o acto de viver nos obriga, com que a vida nos desafia.

domingo, abril 08, 2007

É muita coisa para um título só!



Adoro o mês de Abril; não sei bem porquê, para mim o ano começa só em Abril! Se é pelo sol, pelos dias maiores, pela chegada da Primavera, pela abundância de flores, porque as árvores despidas se começam a cobrir de folhagem…
Não! Porque Abril é um mês que me traz boas e gratas lembranças. Porque foi quase sempre em Abril, ou por causa deste mês, que se cumpriram etapas preciosas e importantes na minha vida. Mais Sol sim, mas sol em toda a plenitude da palavra… Adoro o cheiro de Abril, das plantas que se abrem em pólen, da terra umas vezes húmida outras se abrindo em carreiros que se escapam em rios, do barulho da água, do som dos pássaros e do primeiro voo inocente e de aprendizagem de muitos deles.







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Durante uma semana não cumpri o meu exorcismo da escrita neste espaço da net. Como prometido voltei e mudei. Decidi organizar-me e organizar o que me sai da mente. Decidi mudar. Poder mudar e fazê-lo em consciência é o maior acto de prova de vida e de inteligência que podemos ter. Perante os outros, mas e sobretudo, perante nós mesmos. Assim, este será o meu espaço de psicanálise, de catarse, de partilha; na continuidade do anterior, tentarei ser mais conciso. Ainda que este não seja um exemplo.

O meu alter-ego Tomás (lol, é giro dizer isto!) tem o seu espaço: www.tomaswolf.blogspot.com; fala por si.





Quem me conhece melhor sabe que a minha vida gira muito em torno dos automóveis. Não de uma forma fanática, obsessiva, dependente. Gosto… e pronto! E tenho, pelo menos por enquanto, a sorte de poder ensaiar muito do que de novo vai sendo lançado em Portugal. Dou conta disso no www.cockpitnanet.blogspot.com





Tudo isto é muito do que sou. Quanto a muito do que ainda falta, ainda ando à procura…








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E no entanto, esta semana que agora passou, teve muito para contar. O pessoal andou distraído com a Páscoa, com o feriado, com a perspectiva de mini férias… mas o que aconteceu pode vir a revelar-se decisivo nos próximos tempos.
Sim, refiro-me ao caso da licenciatura de Sócrates! Num País de doutores e engenheiros, sinceramente, não me parece importante que Sócrates o seja ou deixe de o ser; no entanto a forma como obteve o título já pode revelar-se bem mais importante.
Se o Primeiro-ministro foi de algum modo cúmplice na atribuição do diploma, se participou nalgum acto menos legal, então temos razões mais do que suficientes para que se ponha em causa a sua credibilidade política e pessoal.
À mulher de César não basta parecê-lo; terá que o ser e, caso se confirme alguma irregularidade, Cavaco vai consumir muita aspirina…
Sócrates tem deixado o tempo passar na expectativa que as ondas de choque atenuem. No entanto cada vez mais se avolumam os factos estranhos e ninguém é inocente o suficiente para deixar de acreditar que as informações têm partido de dentro da própria Universidade Independente, eventualmente como forma de pressão sobre qualquer atitude que o governo possa tomar quanto ao futuro dos seus (ex) responsáveis, já a Instituição parece definitivamente condenada!
O que torna tudo ainda mais delicado. E já não basta ser como Tomé: o que se tem visto, dá para crer em muita coisa pouco ou nada abonatória!






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O pior é que abrindo uma crise no governo, o País mergulhará inevitavelmente numa crise com proporções difíceis de imaginar! Escasseiam as alternativas, ou melhor, as que há ou as que se mostram, não são de molde a deixar ninguém tranquilo.
Sobretudo a quem tem gerido a figura de Sócrates. O seu ar arrogante e convicto certamente que se esborratará quando lhe arrefecerem as costas.
Quem economicamente manda neste País, melhor dizendo, quem realmente manda, sabe que Sócrates é a melhor figura de momento para servir os intentos. E Cavaco também o sabe; não há nada melhor do que ter um bem intencionado papalvo que acredita ser o salvador da Pátria, para dar a cara e tomar medidas impopulares que faltou coragem para levar avante em devido tempo.
E tudo isto acontece num dos mais desgastados momentos da governação de Sócrates; só se vislumbra uma alternativa. Sócrates ter uma explicação convincente e simultaneamente fazer uma mini remodelação governamental, afastando os ministros menos populares e que mais tiros no pé têm dado! Da Saúde à Economia, da Educação ao Ambiente, muito pouco tem corrido bem. Intocável é a pasta das Finanças, pelo menos para já. Aliás, o Primeiro-Ministro pouco mais têm onde se apoiar…
Ou isso, ou o facto de Portugal estar a poucos meses de assumir a Presidência das Comunidades salvará Sócrates. E também não me parece que Cavaco esteja com vontade de desencantar uma Pintassilgo (que poderia até ser uma figura do PS já que o partido detem maioria na AR...) para levar Portugal até ao fim da legislatura ou eventualmente novas eleições depois dos compromissos europeus.
Ai Portugal, Portugal…






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Reflexão final sobre o tema: Ninguém é imprescindível. Ninguém o é, para ninguém. E mal dos que se julgam detentores da sabedoria, da certeza ou da verdade e por tal ambicionam ser superiores, se tornam arrogantes e chegam a aspirar ao endeusamento.
Porque, quanto mais alto o pedestal, maior a queda. E mais aparatosa! Principalmente quando, ao longo do caminho, se deixaram muitos «telhados de vidro» …






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Mas a semana colocou também mais uma vez em questão as claques de futebol.
Já não há pachorra para aquele género de atitudes e, se ao assunto me refiro, é pela sua gravidade.
E não, não por causa de muitos meninos, meninas e outros seres imberbes de cérebro, estupidificados e estupidificantes, embriagados e drogados, verdadeiras bestas quadradas que por lá andam! É por causa de certos dirigentes desportivos, não menos bestas, que as olham como seus «exércitos» particulares! E os exemplos de que isso acontece não faltam!
No meio de uma quantidade infinita de asneiras que fui lendo e ouvindo, com uma coisa tenho que concordar. O fim das claques não resolve o problema, bem pelo contrário; para a polícia é bem mais fácil controlar grupos organizados, do que focos menores, independentes e distribuídos sabe-se lá por onde!
Doloroso é saber que, ao olhar para aqueles desacatos todos, para os controlar, é dinheiro dos nossos impostos que se gasta! Já não basta aos clubes serem das empresas mais devedores e que mais se furtam nas suas obrigações fiscais, por causa delas é também onde se gasta parte do orçamento da Administração Interna!
Será que o futuro passa por colocar jaulas electrificadas em determinadas zonas dos estádios?






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Portugal parece ter passado adormecido ao lado de uma das maiores ameaças de crise internacional vividas desde o início do ano. Provavelmente iremos senti-la na pele quando na próxima ou na semana seguinte subirem os combustíveis.
O facto de o Irão ter aprisionado tropas inglesas teve que ser gerido com as mais delicadas pinças, evitando não apenas um alastramento da crise, não desejado nem pela Europa e muito menos pelos ingleses, naquela zona do globo.
O melhor que se pode agora fazer, para bem sobretudo dos que ainda estão no Iraque, é proteger os libertados e evitar que falem demais. Se as tropas inglesas estavam realmente dentro de águas iranianas, a provocação ou desatenção poderia ter-lhes saído cara.
Logo numa altura em que a Inglaterra já anunciou a saída das suas tropas do Iraque.
Se não estava como declara, é da mais profunda ingenuidade e incompetência que se tenha deixado aprisionar daquela forma. Face aos dias que se vivem, andar sem escolta e permitir que se tenham deixado aprisionar, revela ou estupidez, ou falta de preparação, ou incompetência…
Qualquer delas não abona nada a favor dos ingleses. O Irão, esse, saiu a ganhar em tudo isto. A seu tempo verão porquê. O principal é que se protejam os que voltaram, felizmente sãos e salvos.
Houve diplomacia, muita e boa diplomacia em todo este processo. E a diplomacia também se faz com gestos de guerra.





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A cara do Bush diz tudo:


o menino foi apanhado a fazer besteira e vai levar um puxão de orelhas...



E por falar em diplomacia, quase passou despercebida a visita de Nancy Pelosi a Portugal. Nancy, que tem o mesmo nome da ex-primeira dama Nancy Reagan, é presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, democrata e a primeira mulher a assumir aquele cargo e, neste momento, a terceira figura de estado dos EUA. Regressava de uma visita ao Médio Oriente, onde tentou fazer aquilo que Bush e os republicamos se mostram profundamente incapazes, principalmente porque isso iria de encontro aos interesses dos poderosos lóbis de armamento: fazer diplomacia.
Na mais que provável hipótese dos democratas regressarem à Casa Branca (podendo até dar-se o caso de o fazerem com a ex-primeira dama Clinton), Hillary, Nancy foi abrir caminho para a pacificação da região.
Quem olhou com atenção para a forma como geriu a saída do encontro com Jaime Gama, o presidente da Assembleia da República que a convidou a passar por Portugal, só pode tirar-lhe o chapéu. A mulher é uma diplomata! Ela sabe estar e deixar estar que a rodeia, sem em algum momento deixar de evidenciar quem realmente é a dona da batuta!
O mundo é cada vez mais feminino e cada vez mais lhes cabe a gestão das crises. No fundo, sem querer parecer machista, diria que lhes está nos genes; tal como Hillary também o demonstrou, crescem a aprender a disfarçar a merda que certos homens se empenham em fazer. Porque, no fundo, há muitas formas de cada um levar a água ao seu moinho!



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Agora de âmbito mais pessoal...


Irrita-me que às vezes o que eu penso faça mais sentido na mente do que quando passo ao papel. Significará nessas alturas que mais uma vez estive a delirar?



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Ou então penso mais rápido do que consigo concretizar-me em palavras. E aí perco-me!
O que não é novidade, pois geralmente perco-me sempre algures; num local, em palavras, em pensamentos, nas acções, nas paixões ou nos amores…
Sabe bem nessas alturas voltar aos rituais e ditos sânscritos: «Ontem é apenas um sonho, amanhã apenas uma visão, mas um hoje bem vivido, faz de cada ontem um sonho de felicidade e de cada amanhã uma visão de esperança».
Também há quem prefira Paulo Coelho!
Lol




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É impressionante o que aqui se aprende a propósito de «lol»
http://pt.wikipedia.org/wiki/LOL
É assim! Viver para aprender...
Hoohohohoho (façam o favor de ir lá ver o que significa…)


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Confesso que uma das minhas predilecções é fazer trocadilhos com palavras — um verdadeiro passatempo que me diverte.
Por exemplo, uma destas noites, eram quatro da manhã quando me ocorreu que a palavra «INSÓNIA», uma das maleitas de que por vezes padeço, quando decomposta numa perspectiva anglo-saxónica, faz todo o sentido!
Realmente, pelas Sónias que conheço, é difícil ter vontade de adormecer dentro delas…


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Passado o inevitável disparate inerente à condição de ser homem, não queria hoje acabar sem deixar aqui o meu testemunho a uma das pessoas mais importantes e especiais da minha vida.
Sexta-feira, passei a parte mais grata do dia, na companhia da menina cada vez mais mulher, cada vez mais interessante...
Guardei para mim, desse dia, o quanto me custou saber que não era eu que estaria ao seu lado quando apagasse as velas.
Mas faço questão que ela saiba que estarei nesse lugar, sempre ao seu lado, o resto dos dias, a vida inteira.
E faço questão que ela saiba que, mais do que um Pai, quero e lutarei por ser o amigo e o homem que melhor a percebe, que a entende sem necessidade de palavras e que procura antecipar com verdade e clareza as respostas às suas dúvidas!
Quanto à simplicidade… bem… lá terei que ouvir volta e meia «desenvolve, Pai, desenvolve…»
Procurarei estar ao seu lado e, mais do que isso, do seu lado, em todos os tropeções porque precisará de passar para aprender a voar sozinha; também para tentar ensinar-lhe a entender as responsabilidades de cada um dos seus actos!
Ela e a sua irmã são o meu «sentido da vida», porque sem elas não há vida e sem elas as coisas deixam de fazer sentido. Tal como a idade e a consciência do finito, os filhos dão-nos irremediavelmente uma nova perspectiva. Mas não será por isso que um dia me ouvirão dizer, como o fez Jorge Luís Borges, «No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz».