O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

domingo, abril 08, 2007

É muita coisa para um título só!



Adoro o mês de Abril; não sei bem porquê, para mim o ano começa só em Abril! Se é pelo sol, pelos dias maiores, pela chegada da Primavera, pela abundância de flores, porque as árvores despidas se começam a cobrir de folhagem…
Não! Porque Abril é um mês que me traz boas e gratas lembranças. Porque foi quase sempre em Abril, ou por causa deste mês, que se cumpriram etapas preciosas e importantes na minha vida. Mais Sol sim, mas sol em toda a plenitude da palavra… Adoro o cheiro de Abril, das plantas que se abrem em pólen, da terra umas vezes húmida outras se abrindo em carreiros que se escapam em rios, do barulho da água, do som dos pássaros e do primeiro voo inocente e de aprendizagem de muitos deles.







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Durante uma semana não cumpri o meu exorcismo da escrita neste espaço da net. Como prometido voltei e mudei. Decidi organizar-me e organizar o que me sai da mente. Decidi mudar. Poder mudar e fazê-lo em consciência é o maior acto de prova de vida e de inteligência que podemos ter. Perante os outros, mas e sobretudo, perante nós mesmos. Assim, este será o meu espaço de psicanálise, de catarse, de partilha; na continuidade do anterior, tentarei ser mais conciso. Ainda que este não seja um exemplo.

O meu alter-ego Tomás (lol, é giro dizer isto!) tem o seu espaço: www.tomaswolf.blogspot.com; fala por si.





Quem me conhece melhor sabe que a minha vida gira muito em torno dos automóveis. Não de uma forma fanática, obsessiva, dependente. Gosto… e pronto! E tenho, pelo menos por enquanto, a sorte de poder ensaiar muito do que de novo vai sendo lançado em Portugal. Dou conta disso no www.cockpitnanet.blogspot.com





Tudo isto é muito do que sou. Quanto a muito do que ainda falta, ainda ando à procura…








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E no entanto, esta semana que agora passou, teve muito para contar. O pessoal andou distraído com a Páscoa, com o feriado, com a perspectiva de mini férias… mas o que aconteceu pode vir a revelar-se decisivo nos próximos tempos.
Sim, refiro-me ao caso da licenciatura de Sócrates! Num País de doutores e engenheiros, sinceramente, não me parece importante que Sócrates o seja ou deixe de o ser; no entanto a forma como obteve o título já pode revelar-se bem mais importante.
Se o Primeiro-ministro foi de algum modo cúmplice na atribuição do diploma, se participou nalgum acto menos legal, então temos razões mais do que suficientes para que se ponha em causa a sua credibilidade política e pessoal.
À mulher de César não basta parecê-lo; terá que o ser e, caso se confirme alguma irregularidade, Cavaco vai consumir muita aspirina…
Sócrates tem deixado o tempo passar na expectativa que as ondas de choque atenuem. No entanto cada vez mais se avolumam os factos estranhos e ninguém é inocente o suficiente para deixar de acreditar que as informações têm partido de dentro da própria Universidade Independente, eventualmente como forma de pressão sobre qualquer atitude que o governo possa tomar quanto ao futuro dos seus (ex) responsáveis, já a Instituição parece definitivamente condenada!
O que torna tudo ainda mais delicado. E já não basta ser como Tomé: o que se tem visto, dá para crer em muita coisa pouco ou nada abonatória!






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O pior é que abrindo uma crise no governo, o País mergulhará inevitavelmente numa crise com proporções difíceis de imaginar! Escasseiam as alternativas, ou melhor, as que há ou as que se mostram, não são de molde a deixar ninguém tranquilo.
Sobretudo a quem tem gerido a figura de Sócrates. O seu ar arrogante e convicto certamente que se esborratará quando lhe arrefecerem as costas.
Quem economicamente manda neste País, melhor dizendo, quem realmente manda, sabe que Sócrates é a melhor figura de momento para servir os intentos. E Cavaco também o sabe; não há nada melhor do que ter um bem intencionado papalvo que acredita ser o salvador da Pátria, para dar a cara e tomar medidas impopulares que faltou coragem para levar avante em devido tempo.
E tudo isto acontece num dos mais desgastados momentos da governação de Sócrates; só se vislumbra uma alternativa. Sócrates ter uma explicação convincente e simultaneamente fazer uma mini remodelação governamental, afastando os ministros menos populares e que mais tiros no pé têm dado! Da Saúde à Economia, da Educação ao Ambiente, muito pouco tem corrido bem. Intocável é a pasta das Finanças, pelo menos para já. Aliás, o Primeiro-Ministro pouco mais têm onde se apoiar…
Ou isso, ou o facto de Portugal estar a poucos meses de assumir a Presidência das Comunidades salvará Sócrates. E também não me parece que Cavaco esteja com vontade de desencantar uma Pintassilgo (que poderia até ser uma figura do PS já que o partido detem maioria na AR...) para levar Portugal até ao fim da legislatura ou eventualmente novas eleições depois dos compromissos europeus.
Ai Portugal, Portugal…






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Reflexão final sobre o tema: Ninguém é imprescindível. Ninguém o é, para ninguém. E mal dos que se julgam detentores da sabedoria, da certeza ou da verdade e por tal ambicionam ser superiores, se tornam arrogantes e chegam a aspirar ao endeusamento.
Porque, quanto mais alto o pedestal, maior a queda. E mais aparatosa! Principalmente quando, ao longo do caminho, se deixaram muitos «telhados de vidro» …






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Mas a semana colocou também mais uma vez em questão as claques de futebol.
Já não há pachorra para aquele género de atitudes e, se ao assunto me refiro, é pela sua gravidade.
E não, não por causa de muitos meninos, meninas e outros seres imberbes de cérebro, estupidificados e estupidificantes, embriagados e drogados, verdadeiras bestas quadradas que por lá andam! É por causa de certos dirigentes desportivos, não menos bestas, que as olham como seus «exércitos» particulares! E os exemplos de que isso acontece não faltam!
No meio de uma quantidade infinita de asneiras que fui lendo e ouvindo, com uma coisa tenho que concordar. O fim das claques não resolve o problema, bem pelo contrário; para a polícia é bem mais fácil controlar grupos organizados, do que focos menores, independentes e distribuídos sabe-se lá por onde!
Doloroso é saber que, ao olhar para aqueles desacatos todos, para os controlar, é dinheiro dos nossos impostos que se gasta! Já não basta aos clubes serem das empresas mais devedores e que mais se furtam nas suas obrigações fiscais, por causa delas é também onde se gasta parte do orçamento da Administração Interna!
Será que o futuro passa por colocar jaulas electrificadas em determinadas zonas dos estádios?






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Portugal parece ter passado adormecido ao lado de uma das maiores ameaças de crise internacional vividas desde o início do ano. Provavelmente iremos senti-la na pele quando na próxima ou na semana seguinte subirem os combustíveis.
O facto de o Irão ter aprisionado tropas inglesas teve que ser gerido com as mais delicadas pinças, evitando não apenas um alastramento da crise, não desejado nem pela Europa e muito menos pelos ingleses, naquela zona do globo.
O melhor que se pode agora fazer, para bem sobretudo dos que ainda estão no Iraque, é proteger os libertados e evitar que falem demais. Se as tropas inglesas estavam realmente dentro de águas iranianas, a provocação ou desatenção poderia ter-lhes saído cara.
Logo numa altura em que a Inglaterra já anunciou a saída das suas tropas do Iraque.
Se não estava como declara, é da mais profunda ingenuidade e incompetência que se tenha deixado aprisionar daquela forma. Face aos dias que se vivem, andar sem escolta e permitir que se tenham deixado aprisionar, revela ou estupidez, ou falta de preparação, ou incompetência…
Qualquer delas não abona nada a favor dos ingleses. O Irão, esse, saiu a ganhar em tudo isto. A seu tempo verão porquê. O principal é que se protejam os que voltaram, felizmente sãos e salvos.
Houve diplomacia, muita e boa diplomacia em todo este processo. E a diplomacia também se faz com gestos de guerra.





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A cara do Bush diz tudo:


o menino foi apanhado a fazer besteira e vai levar um puxão de orelhas...



E por falar em diplomacia, quase passou despercebida a visita de Nancy Pelosi a Portugal. Nancy, que tem o mesmo nome da ex-primeira dama Nancy Reagan, é presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, democrata e a primeira mulher a assumir aquele cargo e, neste momento, a terceira figura de estado dos EUA. Regressava de uma visita ao Médio Oriente, onde tentou fazer aquilo que Bush e os republicamos se mostram profundamente incapazes, principalmente porque isso iria de encontro aos interesses dos poderosos lóbis de armamento: fazer diplomacia.
Na mais que provável hipótese dos democratas regressarem à Casa Branca (podendo até dar-se o caso de o fazerem com a ex-primeira dama Clinton), Hillary, Nancy foi abrir caminho para a pacificação da região.
Quem olhou com atenção para a forma como geriu a saída do encontro com Jaime Gama, o presidente da Assembleia da República que a convidou a passar por Portugal, só pode tirar-lhe o chapéu. A mulher é uma diplomata! Ela sabe estar e deixar estar que a rodeia, sem em algum momento deixar de evidenciar quem realmente é a dona da batuta!
O mundo é cada vez mais feminino e cada vez mais lhes cabe a gestão das crises. No fundo, sem querer parecer machista, diria que lhes está nos genes; tal como Hillary também o demonstrou, crescem a aprender a disfarçar a merda que certos homens se empenham em fazer. Porque, no fundo, há muitas formas de cada um levar a água ao seu moinho!



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Agora de âmbito mais pessoal...


Irrita-me que às vezes o que eu penso faça mais sentido na mente do que quando passo ao papel. Significará nessas alturas que mais uma vez estive a delirar?



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Ou então penso mais rápido do que consigo concretizar-me em palavras. E aí perco-me!
O que não é novidade, pois geralmente perco-me sempre algures; num local, em palavras, em pensamentos, nas acções, nas paixões ou nos amores…
Sabe bem nessas alturas voltar aos rituais e ditos sânscritos: «Ontem é apenas um sonho, amanhã apenas uma visão, mas um hoje bem vivido, faz de cada ontem um sonho de felicidade e de cada amanhã uma visão de esperança».
Também há quem prefira Paulo Coelho!
Lol




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É impressionante o que aqui se aprende a propósito de «lol»
http://pt.wikipedia.org/wiki/LOL
É assim! Viver para aprender...
Hoohohohoho (façam o favor de ir lá ver o que significa…)


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Confesso que uma das minhas predilecções é fazer trocadilhos com palavras — um verdadeiro passatempo que me diverte.
Por exemplo, uma destas noites, eram quatro da manhã quando me ocorreu que a palavra «INSÓNIA», uma das maleitas de que por vezes padeço, quando decomposta numa perspectiva anglo-saxónica, faz todo o sentido!
Realmente, pelas Sónias que conheço, é difícil ter vontade de adormecer dentro delas…


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Passado o inevitável disparate inerente à condição de ser homem, não queria hoje acabar sem deixar aqui o meu testemunho a uma das pessoas mais importantes e especiais da minha vida.
Sexta-feira, passei a parte mais grata do dia, na companhia da menina cada vez mais mulher, cada vez mais interessante...
Guardei para mim, desse dia, o quanto me custou saber que não era eu que estaria ao seu lado quando apagasse as velas.
Mas faço questão que ela saiba que estarei nesse lugar, sempre ao seu lado, o resto dos dias, a vida inteira.
E faço questão que ela saiba que, mais do que um Pai, quero e lutarei por ser o amigo e o homem que melhor a percebe, que a entende sem necessidade de palavras e que procura antecipar com verdade e clareza as respostas às suas dúvidas!
Quanto à simplicidade… bem… lá terei que ouvir volta e meia «desenvolve, Pai, desenvolve…»
Procurarei estar ao seu lado e, mais do que isso, do seu lado, em todos os tropeções porque precisará de passar para aprender a voar sozinha; também para tentar ensinar-lhe a entender as responsabilidades de cada um dos seus actos!
Ela e a sua irmã são o meu «sentido da vida», porque sem elas não há vida e sem elas as coisas deixam de fazer sentido. Tal como a idade e a consciência do finito, os filhos dão-nos irremediavelmente uma nova perspectiva. Mas não será por isso que um dia me ouvirão dizer, como o fez Jorge Luís Borges, «No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz».

1 comentário:

Anónimo disse...

é optimo fazer psicanalise com um computador....é optimo purgar os nossos pecados e não ter um padre que nos mande rezar, 3 avé -marias, 4 salvé rainhas, não sei quantos credos....enfim é optimo ficarmos atrás das palavras, é optimo esquecer o mundo lá fora, com os seus probleminhas HUMANOS, é optimo ser feliz em cima do sofrimento dos outros( como se alguem no mundo conseguisse ser feliz...)é tão bonita a prima Vera... o cheiro da terra, das flores,os dias mais compridos, o sol a brilhar, enfim é tudo uma beleza, quando nos esquecemos que para alem do nosso pequenino umbigo, existem de facto coisas muito mais importantes do que o Socrates, o Cavaco, os automóveis,o Irão e a Inglaterra, (alias coisas que tocamos todos os dias...)isto é exemplificando:Quando acordamos de manhã cumprimentamos o Sr. Cavaco, dizemos adeus ao Irão, tomamos o peq. almoço com o Socrates e obviamente tomamos o cha com os Ingleses.... e como tudo isto é uma grande "cansera"já não sobra tempo para muito mais. Como por exemplo , pôr a foto da outra filha neste blog, que ao de leve mencionada, nos deixa na duvida se de facto existirá.....
E por aqui fico, porque a "cansera"
também me atinge e antes que me confunda, se calhar é melhor não dizer mais nada, não vá o nosso "Aristoteles" ficar ofendido...aliás peço desculpa o o nosso "Freud", bom emfim uma coisa ou outra ,pois quem tem uma lampada de Aladino, pode ser o que quiser...NÃO É VERDADE?!!!








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