Distraídos com as tricas políticas, o social e os futebóis, não devemos por isso esquecer assuntos realmente importantes e bem mais prementes, situações que exigem, pela sua natureza, encontrar soluções rápidas e realmente eficazes. Até porque o arrastar da situação, o nosso «porreirismo» nacional baseado no «deixa-andar-e-o-próximo-que-resolva», tem vindo a condicionar gerações sucessivas de individuos que, feitos adultos, muitas vezes vêm a incorrer nas mesmas práticas de que foram vítimas enquanto crianças.
Vêm isto a propósito do facto de, com enorme e disparatado atraso, parecer ter finalmente entrado (ou entrará brevemente...) em funcionamento, a base de dados nacional para a adopção.
Eis uma excelente notícia que teria sido uma não menos excelente prenda para o dia que se comemorou na passada quinta-feira. Uma esperança para as milhares de crianças que, durante anos, esperam por lares adoptivos, por permitir aos centros de adopção, com escassez de meninos e meninas em condições de adoptabilidade, pesquisar e recorrer a outros em situação inversa.
Nem tudo está feito, é bem verdade. Há ainda muito a fazer para aligeirar o processo de adopção em termos de tempo, muita burocracia a vencer; e muitos «poderzinhos» de merda instituídos que exigem ser depostos, nomeadamente da parte de alguns indivíduos que se dizem «responsáveis» pelas crianças que «guardam», simplesmente com o fito de continuarem a receber os apoios estatais… mas também de alguns agentes «enraizados» na máquina burocrática dos centros de segurança social que, despoticamente, continuam muitas vezes a pôr e a dispor da sua «autoridade», fazendo valer uma vontade individual e egoísta baseada na arbitrariedade.
Por falar em autoridade, neste caso judicial, talvez também fosse altura de simplificar e tornar a lei suficientemente bem explícita, de forma a impedir que os seus agentes, mais concretamente alguns juízes, continuem a justificar e a impor decisões que podem visar tudo… menos o bem-estar da criança!
Sem desprezar o trabalho dos centros que se encarregam de organizar os processos de adopção, impõe-se, pois, que se agilizem os processos para que se acelere drasticamente o período que medeia entre a entrada de uma criança num centro, se estabeleça a sua condição de adoptável e se proceda a sua passagem para os pais adoptivos. É essencial, única e exclusivamente para as crianças, já que, em adultos formados, não se pode comparar minimamente a ânsia da espera destes, à angústia de uma criança que vê a sua idade progredir e começa a tomar consciência do quanto diminuem as suas hipóteses de adopção.
É evidente que, para isso, se requer que o Estado tome uma série de atitudes, impedindo que muitos continuem a encarar os centros de abrigo, não como depósito permanente, mas como locais de transição. Que, quanto mais rápida, melhor.
Mesmo que não fosse pelas crianças, o que é absurdo pensar que assim não acontecesse, numa atitude economicista de diminuição das despesas do Estado.
Contudo, eis uma boa notícia. Vamos acreditar que outras se seguirão e que estamos perante uma luz ao fundo do túnel!
O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.
terça-feira, junho 06, 2006
Isto é que é realmente importante!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Palavras como estas ficarão para sempre nas nossa mentes pela sua riqueza e lucidez que revelam.
As fotos escolhidas para ilustrar os textos demonstram uma sensibilidade extraordinária e muito bom gosto.
Enviar um comentário