O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

quinta-feira, junho 08, 2006

Quando a memória é curta…

O Diário de Notícias de hoje divulga que «o Ministério Público acusou o Director da Casa do Gaiato de Setúbal (CGS) da prática de maus tratos de crianças…», incorrendo «numa pena de prisão até 20 anos, caso venha a ser condenado em julgamento»
«Com o sacerdote foram igualmente acusados dois funcionários da instituição…», «por ofensas à integridade física dos miúdos».
Segundo apurou o MP, também era prática consentida pelos responsáveis, a violência dos mais velhos sobre os mais novos «à guarda» daquela instituição, nomeadamente quando não eram cumpridos os objectivos de venda do jornal «Casa do Gaiato».
O relatório, segundo o que o DN publica, é todo ele revelador de uma imensa e inusitada violência, inconcebível numa instituição que, para além de tutelar menores, é dirigida e regida pelos ensinamentos cristãos… bem úteis, quando, o principal acusado, e ainda segundo o DN, evocou o segredo da confissão para «tentar esconder das autoridades judiciárias a identidade dos jovens».
Enfim…
Dois comentários: mais uma vez, como tem sido prática corrente, os meios de comunicação anteciparam-se ao que deveria ter sido um comunicado do MP. Mas que grande «passador» é aquele organismo!
Segundo: à mente ocorre-me que, numa peça do «Público», há menos de dois anos, se denunciava o que se passava na Casa do Gaiato de Setúbal. Baseando-se numa auditoria levada a cabo pelo Ministério da Segurança Social, revelava-se que tinha sido suspenso o envio de crianças para a Casa do Gaiato, devido à «existência de indícios de maus tratos físicos e psicológicos, bem como de um ambiente de isolamento, repressão e clausura»...
Pois, no que foi visto como um «voto de confiança» à instituição, o então ministro da Segurança Social, da Família… e da Criança (!), Fernando Negrão, (repare-se: as suspeitas que basearam a suspensão do envio de crianças partiram do seu Ministério…), visitou e reuniu-se com os responsáveis da CGS, garantindo já haver medidas tomadas para salvaguardar o interesse das crianças. Tudo bem! Óptimo!
O pior foi mesmo o remate: «Às vezes, o que acontece é que as pessoas estão a trabalhar de boa-fé, mas o modelo nem sempre é o mais adequado»
Mais palavras para quê?!

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