O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.

quinta-feira, junho 01, 2006

Dia da Criança

Encaro a ida ao barbeiro com uma disposição muito especial. Não é um ritual, antes uma oportunidade para dois dedos de conversa com alguém geralmente bem informado, onde se aprende e descobre muita coisa…
É uma daquelas alturas em que se pode conversar sobre tudo, sem pressas, ou antes, com o tempo apenas condicionado às artes do ofício e, claro, à quantidade de clientes que esperam.
Mas não me quero desviar do tema. Hoje seria dia de escrever qualquer coisa em louvor das crianças, pois é o seu dia, mas apetece-me antes contar um episódio que ocorreu da última vez, precisamente na altura em que, com o cabelo aparado lateralmente, eu fintava no espelho a bela trunfa que ainda me restava a meio da cabeça.
Ora o filho do mestre da navalha (lá vai o tempo...), resolveu praticar, em si mesmo, as artes do pai com um pente que retirou da bancada de trabalho. Só que, não satisfeito com o resultado, resolveu atirá-lo ao chão. O progenitor admoestou-o e mandou-o voltar a colocá-lo no lugar. Lá levantar o pente do chão, o miúdo levantou… para de seguida voltar a atirá-lo com toda a força de encontro ao soalho!
Não se livrou de um par de palmadas no rabo e de um raspanete. Num pranto, o petiz quis ir-se embora com a mãe, enquanto o pai lhe exigia um beijo de despedida.
Já na porta, quando parecia não estar a fazer caso, voltou-se, abriu os braços ao pai e disse entre soluços: «beijinho…».
Poderia dissertar agora sobre violência infantil, sobre educação, até sobre um recente e estranho acórdão de Tribunal a esse respeito. Poderia também explanar o que penso sobre educação, autoridade, respeito. Sobre o papel dos pais, nomeadamente sobre a dispensa de muitos… Poderia…
Só que uma das coisas que neste momento me vêm à mente são as imagens tristes de crianças que levantam a mão aos pais e, estes, encolhendo os ombros e sorrindo, ainda que comprometidos, balbuciam: «feitio!...».
Eis um extremo que não me agrada mesmo nada!

3 comentários:

Anónimo disse...

Your are Excellent. And so is your site! Keep up the good work. Bookmarked.
»

Anónimo disse...

I love your website. It has a lot of great pictures and is very informative.
»

Anónimo disse...

O texto está muito bem escrito.
É de realçar a beleza da foto... muito bem escolhida!