Fui ao banco e demorei menos tempo do que esperava; à saída, quando já abria a porta, um casal preparava-se para entrar. Dei-lhes passagem e desataram a perguntar-me coisas sobre o crédito habitação. Informei-lhes que não era empregado bancário — nem sequer cliente — e olharam-me espantados.
Definitivamente estamos a ficar pouco habituados à educação ou a meros gestos de cortesia...
Quem os tem começa a correr o risco de, ou parecer fraco, tímido, procurar um engate ou simplesmente parecer parvo. É triste...
O dia não tem sido particularmente fácil. São as buzinas freneticamente pressionadas por irados condutores, o trabalho, questões pessoais mas... hoje vi um Arco-íris de manhã quando passava a ponte.
E nesse momento, nessa oferta que a natureza criara especialmente para mim e para todos quantos tiveram a oportunidade de o apreciar, percebi que hoje tinha que ser um belo dia. Por isso tive tempo para me abstrair de tudo e me concentrar nas pequenas coisas. Encontrei tempo para mim. Deixei propositadamente as carruagens do metro partirem enquanto me concentrava no desafio de resolver um intrincado problema de Sudoku. E consegui!
Senti-me recompensado. Senti também, sem o querer, um pequeno travo de vingança por ter conseguido enganar o tempo que nos prende frenética e vertiginosamente às actividades do dia-a-dia.
Fiz o que queria, e deixei por fazer o que posso adiar; mas, certamente, noutra altura, quereria resolver, despachar tudo. Hoje não! Vi um Arco-íris. E não irei defraudar a vontade que nessa altura senti!
Nem deixar que algo me aborreça. Mas, pelo sim, pelo não, vou já bater três vezes na madeira…
O meu caderno de desabafos. O meu diário. O meu espaço de catarse; de psicanálise. O meu livro de reclamações. A minha janela para o mundo. Eu. O meu blog. As minhas excitações. As minhas frustrações. As minhas paixões. A vida. A minha, de quem me rodeia, a que eu vejo e sinto. Dentro da lâmpada. Dentro do Mundo.
sexta-feira, setembro 22, 2006
Hoje vi um Arco Íris!
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